sábado, 10 de dezembro de 2011

Manoel de Oliveira: UM ARTISTA DE 103 ANOS



   
 Manoel de Oliveira celebra neste domingo, 11 de dezembro, 103 anos, com novo filme já rodado e atualmente em fase de montagem final. O cineasta concluiu a rodagem de "O Gebo e a Sombra", de Raúl Brandão, num estúdio parisiense.
     Há muito que Manoel de Oliveira tinha o desejo de adaptar este texto de Brandão ao cinema, uma peça que retrata a pobreza e os dramas da vida de pessoas simples, que podem facilmente projectar-se na vida contemporânea. Luis Urbano, produtor da companhia O Som e a Fúria, salienta que este projeto tem "uma componente interessante, muito atual, que é a pobreza" (ouvir entrevista associada).
     Há uma dimensão que parece unir dramaturgo e cineasta, ambos nascidos no Porto, com um intervalo de 40 anos. Oliveira decidiu adaptar a história de Gebo, o cobrador da Companhia Auxiliar, de Doroteia, a sua mulher, do filho João e da nora Sofia ao cinema.
     O facto do filme ter sido rodado em Paris e falado em francês facilitou a montagem financeira do projeto, já que O Som e a Fúria mantém contactos regulares com outros investidores franceses.
     Esta é a primeira vez que Oliveira trabalha com O Som e a Fúria, uma companhia fundada em 1998 e que está associada a novos autores do cinema português como Sandro Aguilar, Miguel Gomes e João Nicolau. Trata-se da terceira empresa a produzir as longas-metragens de Oliveira desde que o cineasta rompeu, em 2004 ("O Quinto Império"), uma duradoura relação com o produtor Paulo Branco.
     Daí até agora, Oliveira rodou duas obras com a Filbox ("Espelho Mágico" e "Belle Toujours") e três com a Filmes do Tejo ("Cristovão Colombo - Enigma", "Singularidades de uma Rapariga Loura" e "Estranho Caso de Angélica").

    Luis Urbano, do Som e a Fúria, confirmou ao CINEMAX que tentará promover a estreia mundial de "O Gebo e a Sombra" durante o próximo Festival de Cannes.